segunda-feira, 31 de maio de 2010

CRÔNICA: A ESTRANHA PASSAGEIRA

   - O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de vôo - e riu nervosinha, coitada.
     Depois me pediu que eu me sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria fazer-lhe bem. Lá se ia a oportunidade de ler o romance policial que eu comprara no aeroporto, para me distrair na viagem.  Suspirei e fiz o bacano respondendo que estava às suas ordens.
    Madama entrou no avião sobraçando um monte de embrulhos, que segurava desajeitadamente.  Gorda como era, custou a se encaixar na poltrona e arrumar todos aqueles pacotes. Depois não sabia como amarrar o cinto e eu tive que realizar essa operação em sua farta cintura.
   Afinal estava ali pronta para viajar. Os outros passageiros estavam já se divertindo às minhas custas, a zombar do meu embaraço ante as perguntas que aquela senhora me fazia aos berros, como se estivesse em sua casa, entre pessoas íntimas. A coisa foi ficando ridícula:
   - Para que esse saquinho aí? - foi a pergunta que fez, num tom de voz que parecia que ela estava no Rio e eu em São Paulo.
   - É para a senhora usar em caso de necessidade - respondi baixinho.
  Tenho certeza de que ninguém ouviu minha resposta, mas todos adivinharam qual foi, porque ela arregalou os olhos e exclamou:
    - Uai... as necessidades neste saquinho? No avião não tem banheiro?
   Alguns passageiros riram, outros - por fineza - fingiram ignorar o lamentável equívoco da incômoda passageira de primeira viagem. Mas ela era um azougue (embora com tantas carnes parecesse mais um açougue) e não parava de badalar. Olhava para trás, olhava para cima, mexia na poltrona e quase levou um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou o encosto com força, caindo para trás e esparramando embrulhos para todos os lados.
    O comandante já esquentara os motores e a aeronave estava parada, esperando ordens para ganhar a pista de decolagem. Percebi que minha vizinha de banco apertava os olhos e lia qualquer coisa. Logo veio a pergunta:
   - Quem é essa tal de emergência que tem uma porta só pra ela?
   Expliquei que emergência não era ninguém, a porta é que era de emergência, isto é, em caso de necessidade, saía-se por ela.
   Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término do "show". Mesmo os que mais de divertiam com ele resolveram abrir os jornais, revistas ou se acomodarem para tirar uma pestana durante a viagem.
   Foi quando madama deu o último vexame. Olhou pela janela (ela pedira para ficar do lado da janela para ver a paisagem) e gritou:
   - Puxa vida!!!
   Todos olharam para ela, inclusive eu. Madama apontou para a janela e disse:
   - Olha lá embaixo.
   Eu olhei. E ela acrescentou: - Como nós estamos voando alto, moço. Olha só... o pessoal lá embaixo até parece formiga.
   Suspirei e lasquei:
  - Minha senhora, aquilo são formigas mesmo. O avião ainda não levantou vôo.

                                                                          Stanislaw Ponte Preta

sábado, 29 de maio de 2010

O sexto sentido das mulheres

    Certo dia, parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.
    Pare para refletir sobre o sexto sentido. Alguém duvida que ele exista? E, como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você... Ou é a que você dá em cima? E, quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?
    E, quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40ºC, você vai pegar um avião para São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala para você levar um casaco, porque "vai fazer frio".  Você não leva. O que acontece? O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
    O sexto sentido não faz sentido! É a comunicação direta com Deus! Assim é muito fácil...As mulheres são mães! E preparam, literalmente, gente dentro de si. Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal? E não satisfeitas em ensinar a vida, elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral. Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"... Tudo isso é meio mágico... Talvez ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de seus filhos (que, aliás, foram criados à sua imagem e semelhança).
    As mulheres choram, vazam ou extravasam? Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens... É choro feminino; é choro de mulher... Já viram como as mulheres conversam com os olhos? Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar. Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar. E apontam uma terceira pessoa com outro olhar. Quantos tipos de olhar existem?
    Elas conhecem todos... Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens! E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens. En-fei-ti-çam!
    O amor leva as mulheres para perto de Deus... já que ele é o próprio amor. Por isso, dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas. Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo. Mas elas são anjos depois do sexo-amor. É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos. E levitam. Algumas até voam. Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam... Porque são tomados por um encantamento que os faz dormir nessa hora.


Texto: Fernando Sabino
foto: Minha filha e minha neta




sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vamos Rir


ALUNOS... INTELIGENTES (?)


Professor: O que devo fazer para repartir 11 batatas por 7 pessoas?
Aluno: Purê de batata, senhor professor!
(Faz sentido!)

Professor:- Joaquim, diga o presente do indicativo do verbo caminhar.
Aluno:- Eu caminho... tu caminhas... ele caminha...
Professor:- Mais depressa!
Aluno:- Nós corremos, vós correis, eles correm!
(E não é verdade?)

Professor: "Chovia" que tempo é?
Aluno: É tempo muito mau, senhor professor.
(alguma dúvida?)

Professor: Quantos corações nós temos?
Aluno: Dois, senhor professor.
Professor: Dois!?
Aluno: Sim, o meu e o seu!
(a lógica explica...certinho!)

Dois alunos chegam tarde à escola e justificam-se:
- O 1º Aluno diz: Acordei tarde, senhor professor! Sonhei que fui à Polinésia e a viagem demorou muito.
- O 2º Aluno diz: E eu fui esperá-lo no aeroporto!
(fisicaquanticamente falando quem discute??? está certo!)


Professor: Pode dizer-me o nome de cinco coisas que contenham leite?
Aluno: Sim, senhor professor. Um queijo e quatro vacas..
(me diga onde ele errou?)

Um aluno de Direito a fazer um exame oral: O que é uma fraude?
Responde o aluno: É o que o Sr. Professor está a fazer.
O professor muito indignado: Ora essa, explique-se...
Diz o aluno:Segundo o Código Penal comete fraude todo aquele que se aproveita da ignorância do outro para o prejudicar!
(E então... na lógica...)

PROFESSORA: Maria, aponte no mapa onde fica a América do Norte.
MARIA: Aqui está.
PROFESSORA: Correto. Agora turma, quem descobriu a América?
TURMA: A Maria.
(Uauuuuu)

PROFESSORA: Joãozinho, me diga sinceramente, você ora antes de cada refeição?
Joãozinho: Não professora, não preciso... A minha mãe é uma boa cozinheira.
(sem comentários)

PROFESSORA: Artur, a tua redação "O Meu Cão" é exatamente igual à do seu irmão. Você copiou?
ARTUR: Não, professora. O cão é que é o mesmo.
( sem noção.....kkkkkkk)

PROFESSORA: Bruno, que nome se dá a uma pessoa que continua a falar, mesmo quando os outros não estão interessados?
BRUNO: Professora.
( a melhor de todas, sem dúvida!!!!!!!!
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segunda-feira, 24 de maio de 2010

LINDA HISTÓRIA CHINESA

    Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.
    Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito.
   Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da torrente até a casa, enquanto aquele rachado chegava meio vazio.
    Por longo tempo a coisa foi em frente assim, com a senhora que chegava em casa com somente um vaso e meio de água.
    Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.
    Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota, falou com a senhora durante o caminho:
    'Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho me faz perder metade da água durante o caminho até a sua casa...'
    A velhinha sorriu:
   'Você reparou que lindas flores tem somente do teu lado do caminho?
    Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado e todo dia, enquanto a gente voltava, tu as regavas.
    Por dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa.
    Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa.
    Cada um de nós tem o próprio específico defeito.
    Mas o defeito que cada um de nós tem é que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.
    É preciso aceitar cada um pelo que é e descobrir o que tem de bom nele.'


terça-feira, 18 de maio de 2010

21 de maio - dia da Língua Portuguesa




        A língua nacional também tem um dia para ser comemorada: 21 de maio. Nossa língua - o português - é falada atualmente não apenas em Portugal e no Brasil, mas em áreas de todos os continentes. Sua origem remonta ao latim falado na antiga Roma. De início, o latim era a língua de um povo que vivia no Lácio, região central da Península Itálica. A partir do século III a.C., porém, com as conquistas militares de Roma (de 264 a.C. a 117 a.C.), cidade situada na região do Lácio, a influência romana se espalhou pelas regiões conquistadas. Conseqüentemente, a língua falada pelos soldados, o latim, também foi levada às áreas ocupadas por Roma, inclusive na Península Ibérica, onde mais tarde surgiriam os reinos de Portugal e da Espanha.
   Havia dois níveis de expressão do latim: o clássico e o vulgar. O latim clássico, modalidade da língua escrita e falada pelas pessoas cultas, foi pouco divulgado e hoje conhecemos apenas por meio da literatura e dos documentos históricos. Enquanto isso, a língua falada pelo povo - o latim vulgar - espalhou-se durante a expansão do domínio romano e foi se diversificando nas regiões conquistadas. Assim, o latim vulgar deu origem às línguas neolatinas ou românicas, como são chamadas as línguas modernas derivadas do latim: o português, o espanhol, o galego, o catalão, o francês, o provençal, o italiano e o romeno.
   Como toda língua viva, desde o seu período de formação a língua portuguesa não tem se mantido uniforme, nem no tempo nem no espaço. Historicamente, recebeu influências de outras línguas e vem se transformando a partir do uso que se faz dela e enriquecendo-se sempre por palavras de diferentes origens. Em cada país em que é falado, o português apresenta variações que se manifestam tanto no vocabulário utilizado quanto na pronúncia, na morfologia e na sintaxe. Essas variações ocorrem também dentro de um mesmo país, de região para região, em conseqüência de fatores sociais, econômicos e culturais.

Influência de outras línguas

   O idioma falado hoje no Brasil é resultado de transformações e acréscimos que se fizeram durante os vários períodos históricos, a partir do contato com outros povos e suas culturas, num movimento vivo que comprova o caráter essencialmente social de uma língua. Assim, além das raízes latinas e gregas - já que na Antiguidade o grego exerceu grande influência sobre o latim -, o português falado no Brasil contém contribuições de outros povos. Veja algumas:

Povos                Contribuições lingüísticas



Germânicos :  elmo, norte, sul, esgrimir, marchar
Árabes :  açúcar, alface, armazém, álgebra, álcool
Indígenas:  carioca, jibóia, cuia, pajé, Iracema
Africanos:   maxixe, acarajé, zabumba, atabaque, canjica
Franceses: balé, abajur, toalete, corveta, intendência
Espanhóis: pepita, caudilho, castanhola, cavalheiro, castanhola
Italianos:  piano, soneto, lasanha, macarrão, maestro
Japoneses: quimono, jiu-jitsu, samurai, haraquiri
Russos:  mujique, czar, soviete, vodca, rublo

   Atualmente, os estrangeirismos mais usados entre nós são os de origem inglesa ou norte-americana: lanche, bar, futebol, voleibol, hambúrguer e muitos outros, o que se explica pela influência econômica e cultural dos Estados Unidos no Brasil, assim como em grande parte do mundo.

Onde se fala o Português?

   Com os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI, os portugueses levaram a sua língua para vastos territórios por eles conquistados na África, na América, na Ásia e na Oceania. Assim, o português é falado em áreas de todos os continentes. Veja:

Continente                        País ou região


Europa:  Portugal, arquipélago dos Açores e Ilha da Madeira
 Ásia: Macau
Oceania: Timor Leste
América: Brasil
Africa:Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, arquipélago de Cabo Verde e ilhas de São Tomé e Príncipe

    Fora das regiões pertencentes ao domínio político de Portugal, do Brasil e das jovens repúblicas africanas, o português é falado ainda em povoações espanholas como Ermisende (na província de Zamora); Alamedilla (na província de Salamanca); em San Martín de Trevejo, Eljas, Valverde de Fresno, Herrera de Alcantara e Cedill (na província de Cáceres); em Olivença e arredores (na província de Badajós).
   Também nas áreas das fronteiras do Brasil, a língua portuguesa tem penetrado em territórios de língua espanhola, formando às vezes um dialeto misto, como o falado nos departamentos uruguaios de Artigas, Rivera, Cerro Largo, Salto e Tacuarembó. É falado ainda por núcleos de imigrantes expressivos, em países como Estados Unidos, França e Alemanha.

Variações linguísticas

   O conceito de língua é bastante amplo e engloba todas as variações da fala, com suas infinitas possibilidades. O idioma falado em um país como o Brasil apresenta variações de região para região, que resultam tanto do uso individual que se faz da língua quanto de fatores geográficos, sociais, profissionais e situacionais. Podemos então imaginar que as diferenças entre o português falado no Brasil e o falado em Portugal são maiores ainda.
   Mesmo no território de uma mesma nação há variações lingüísticas decorrentes de fatores geográficos. Gaúchos e cariocas, por exemplo, usam expressões lingüísticas diferentes. Fatores econômicos e sociais também interferem: as classes sociais que têm acesso à escola, em geral, dominam uma modalidade de língua que goza de prestígio, a chamada norma culta; os que não tiveram oportunidade de acesso à escola e, portanto, não dominam a norma culta são até vítimas de preconceito por se expressarem por meio de variantes menos prestigiadas socialmente.
   Dependendo também da faixa etária, da profissão exercida e dos grupos de convivência, são criados os jargões profissionais e as gírias, que ao mesmo tempo identificam seus usuários a um determinado grupo e excluem dele os que não dominam essa forma de expressão.
   Além disso, um mesmo indivíduo, colocado em diferentes situações de comunicação, costuma fazer uso de modalidades lingüísticas diferentes, mais ou menos formais. O importante é a adequação da linguagem ao ambiente ou à situação em que a pessoa se encontra: em casa, numa conversa descontraída com os amigos, ou proferindo uma palestra para um público desconhecido.

Muitas palavras são diferentes aqui e em Portugal. Veja alguns exemplos:

Brasil                   Portugal

Esparadrapo:        Adesivo
Secretária eletrônica :Atendedor automático
Ônibus:  Autocarro
Salva-vidas:  Banheiro
Fila:  Bicha
Peruca:  Capachinho
Banheiro: Casa de banho
Trem : Comboio
Jogar fora:  Deitar fora
Conversível:  Descapotável
Camisinha: Durex
Durex: Fita-cola
Sorvete:  Gelado
Garoto: Miúdo
Chiclete: Pastilha elástica
Maluco:Taralhoco





Bibliografia consultada:
Guia dos Curiosos, de Marcelo Duarte. São Paulo, Cia. das Letras, 1996.
Sociolingüística: os níveis de fala, de Dino Preti. São Paulo, Nacional, 1974.
A Palavra é Português, de Graça Proença




segunda-feira, 17 de maio de 2010

REDAÇÃO NOTA 10 - REVISÃO

Dicas da Dad


Dad Squarisi é editora de Opinião do Jornal Correio Braziliense, em Brasília, e responsável pelas colunas Dicas de Português e Língua Solta.


   Escrever é mandar recado. A receita de uma sobremesa é um recado. O convite para a festa de aniversário é um recado. O horóscopo publicado no jornal é um recado. A prova que você faz na escola é um recado.
   A gente manda e recebe recados todos os dias. A empregada anota a mensagem para a patroa ausente. O médico prescreve o remédio para o enfermo. O professor dá o tema da redação. Você escreve uma carta para seu amado. Seu coleguinha manda um bilhete para você. É tudo recado.
   E a dissertação do vestibular ou no concurso? É recado. Então por que aquele frio na espinha? Só de pensar nela as mãos ficam geladas. O coração dispara. O suor jorra. Os sintomas têm um nome - medo. Do quê? O que apavora é não ter nada para dizer.
   Qual a saída? Ser esperto. Você já leu muitos livros, revistas e jornais. Viu milhares de filmes. Conversou sobre variados assuntos. Assistiu a incontáveis telejornais. Está pra lá de preparado. Tem assunto pra dar e vender.
   Na hora de dar seu recado, fique calmo. E siga as dicas.
1 - Respire fundo. Três vezes. Devagarinho. Deixe o ar chegar lá em baixo, no fundão da barriga. Visualize o umbigo. Sorria para ele. Por dentro e por fora.

2 - Leia o tema da redação. Entenda-o. Faça as outras provas. Enquanto você resolve questões de português, física, história, a cabeça vai pensando. Vai se organizando. Quietinha. Na hora de redigir, as idéias fluem como num passe de mágica. É só pôr no papel.

3 - Planeje o texto: delimite o tema, defina o objetivo, selecione as idéias capazes de sustentar sua tese. Depois, faça um plano como o proposto no esqueminha:

Tema: o assunto geral do texto.

Delimitação do tema: aspecto do tema que vai ser tratado.

Objetivo: aonde você quer chegar com seu texto?

Idéias do desenvolvimento: argumentos, exemplos, comparações, confrontos e tudo que ajudar na sustentação do ponto de vista que você quer defender.

4 - Vai um exemplo de plano:

Tema: Brasília
Delimitação: turismo em Brasília
Objetivo: informar as opções de turismo em Brasília
Idéias de desenvolvimento: Brasília monumental (palácios, catedral, torre, superquadras), Brasília ecológica (parques, cachoeiras), Brasília mística (Vale do Amanhecer, Cidade da Paz).
Com o plano feito, é hora de redigir. Mãos à obra.

5 - Comece pelo começo. Escolha uma frase bem atraente. Pode ser uma declaração, uma citação, uma pergunta, um verso, a letra de uma música. Depois desenvolva a sua tese. Cada idéia num parágrafo. Por fim, conclua. Com um fecho elegante.

6 - Seja natural. Imagine que o leitor esteja à sua frente ou ao telefone conversando com você. Fique à vontade. Espaceje suas frases com pausas. Sempre que couber, introduza uma pergunta direta. Confira a seu texto um toque humano. Você está escrevendo para pessoas. Gente igual a você.

7 - Use frases curtas. Com elas, você tropeça menos nas vírgulas, nos pontos ou nas reticências. "Uma frase longa", ensinou Vinicius de Moraes, "não é nada mais que duas curtas."

8 - Ponha as sentenças na forma positiva. Diga o que é, nunca o que não é. Em vez de escrever "ele não assiste regularmente às aulas", escreva "ele falta com freqüência às aulas".

9 - Prefira palavras curtas e simples. Os vocábulos longos e pomposos criam uma barreira entre leitor e autor. Fuja deles. Seja simples. Entre duas palavras, prefira a mais curta. Entre duas curtas, a mais expressiva. Casa, residência ou domicílio? C asa.

10 - Opte pela voz ativa. Ela deixa o texto esperto, vigoroso e conciso. A passiva, ao contrário, deixa o desmaiado, sem graça. Compare:
Voz ativa: os alunos da 4ª série fizeram a redação.
Voz passiva: A redação foi feita pelos alunos da 4ª série.

11 - Abuse de substantivos e verbos. Seja sovina com adjetivos e advérbios. Eles são os inimigos do estilo enxuto.

12 - Seja conciso. Respeite a paciência do leitor. A frase não deve ter palavras desnecessárias. Por quê? Pela mesma razão que o desenho não deve ter linhas desnecessárias ou a máquina peças desnecessárias.

13 - Revise. Sua redação tem começo, meio e fim? Você defendeu seu ponto de vista? Escreveu parágrafos com tópico frasal e desenvolvimento? Respeitou a correção gramatical? (Redobre os cuidados com a pontuação, a regência, a crase, a concordância. Triplique a atenção com a passiva sintética - do tipo "vendem-se carros" - com o sujeito posposto ao verbo.)

14 - Avalie. As frases soam bem? Sem cacófatos (por cada, por tão, uma mão, boca dela)? Sem rimas (rigor do calor)? Você começou bem? Terminou melhor? Tenha a certeza: uma vaga é sua.

domingo, 16 de maio de 2010

As Cinco Qualidades do Lápis

Há cinco qualidades num lápis.
Se você conseguir aplicá-las em sua vida, será sempre uma pessoa melhor e em paz com o mundo:

Primeira qualidade:

Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que, assim como o seu lápis, existe uma Mão que guia seus passos.

Segunda qualidade:

De vez em quando é preciso parar o que está escrevendo, e usar o apontador.
Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele estará melhor e mais afiado para continuar.
Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.

Terceira qualidade:

O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado.
Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo ruim, mas algo importante para
nos colocar novamente no caminho da justiça.

Quarta qualidade:

O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior,mas a grafite que está dentro.
Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.

Finalmente,

Quinta qualidade do lápis:
Ele sempre deixa uma marca.
Da mesma maneira, tudo que você fizer na vida irá deixar traços.

terça-feira, 11 de maio de 2010

SERMÃO DA MONTANHA PARA PROFESSORES

Sermão da Montanha

(versão para professores)

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre ma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens. Tomando a palavra, disse-lhes:
- “Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles...”

Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André disse:
- É pra copiar no caderno?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?

João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
- E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor titular...

Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu.
Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria...
Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor... Seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou:
-“Felizes vocês, se forem desrespeitados e perseguidos, se disserem mentiras contra vocês por causa da Educação. Fiquem alegres e contentes, porque será grande a recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram outros educadores que vieram antes de vocês”.

Tomé, sempre resmungão, reclamou:
- Mas só no céu, Senhor?

- Tem razão, Tomé - disse Jesus - há quem queira transformar minhas palavras em conformismo e alienação.. Eu lhes digo, NÃO! Não se acomodem. Não fiquem esperando, de braços cruzados, uma recompensa do além. É preciso construir o paraíso aqui e agora, para merecer o que vem depois...

E Jesus concluiu:
- Vocês, meus queridos educadores, são o sal da terra e a luz do mundo...

SÓ JESUS SALVA!!! Pelo jeito, os professores, também! rs..

Texto de abertura do Programa Rádio Vivo — Rádio Itatiaia, Belo Horizonte —
de 15/10/2009, texto do professor Eduardo Machado.