Um dia, um pescador que veio estender sua rede na praia, encontrou um crãnio seco na areia. Querendo brincar, dirigiu-se ao crânio e perguntou:
- Diga uma coisa, Crânio, quem trouxe você até aqui?
Qual não foi sua surpresa, quando ouviu o crânio responder:
- A palavra!
Imediatamente, o pescador correu até a aldeia, entrou na casa do seu rei e contou o acontecido.
- Um crânio que fala! - exclamou o rei. - Você tem certeza do que está me contando?
- Tanta certeza como a de estar diante do senhor e falar com o senhor.
- Cuidao, homem - disse-lhe o rei. Se você me contou uma besteira, ai de sua cabeça!
E, em solene cortejo, ele foi até a praia para ver aquela varavilha.
Quando chegaram diante do crânio, o homem repetiu com uma ponta de orgulho:
- Diga aí, Crânio, quem lhe trouxe até aqui?
Mas desta vez, nada! Silêncio! O crânio não respondeu.
Então o rei puxou a sua espada e decapitou o pescador na hora. Depois, voltou para a aldeia com seu cortejo.
Quando o rei foi embora o crânio se voltou para a cabeça recém-decepada e perguntou:
- Agora, me diga quem lhe trouxe aqui para perto de mim?
- A palavra - respondeu a cabeça, desiludida.
Conto africano
DISCUTINDO O TEXTO:
A satisfação de tagarelar leva, aqui, à decapitação.
É claro que isso é um excesso. Entretanto, como em todos os contos, é preciso que ele trnsmita uma mensagem simbólica destinada a nos chamar a atenção sobre o perigo de falar sem pensar.
Que lição você tira desta história?
Quando devemos falar, quando devemos ficar calados?
Extraído do livro Fábulas Filosóficas