Muitas vezes utilizamos alguns ditados populares em nosso dia a dia, mas desconhecemos sua origem.
Quer saber como tudo começou?? Então divirta-se...
CHÁ DE CADEIRA – Tem a ver com atraso; com muito atraso.
Historicamente, os nobres e fidalgos consideravam-se superiores às
outras pessoas. Quando seus súditos queriam alguma audiência, eles eram
acomodados em cadeiras e esperavam muito até serem atendidos, pois seus
senhores atrasavam bastante para salientar o privilégio de poder
fazê-lo. Os empregados, então, serviam chá para essas pessoas, que
“mofavam” nas salas de espera, como uma forma de amenizar os longos
atrasos. Daí surgiu essa expressão.
CHATO DE GALOCHA –
Significa pessoas muito chatas, resistente e insistente. A galocha era
um tipo de calçado de borracha colocado por cima dos sapatos para
reforçá-los e protegê-los da chuva e da lama. Por isso, há uma hipótese
de que a expressão tenha vindo da habilidade de reforçar o calçado. Ou
seja, o chato de galocha seria um chato resistente e insistente.
CHEGAR DE MÃOS ABANANDO - Os imigrantes, no século passado, deveriam
trazer as ferramentas para o trabalho na terra. Aqueles que chegassem
sem elas, ou seja, de mãos abanando, davam um indicativo de que não
vinham dispostos ao trabalho árduo da terra virgem. Portanto, chegar de
mãos abanando é não carregar nada. Ele chegou de mãos abanando ao
aniversário, significa que não trouxe presente para o aniversariante,
que terá de se satisfazer apenas com a presença do amigo.
CHORAR AS PITANGAS - O nome pitanga vem de pyrang, que, em tupi,
significa vermelho. Portanto, a expressão se refere a alguém que chorou
muito, até o olho ficar vermelho.
COM A PÁ VIRADA - Um sujeito
da pá virada pode tanto ser um aventureiro corajoso como um vadio. Mas
sua origem tem relação com o instrumento, a pá. Quando a pá está virada
para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada pelo homem
vagabundo, irresponsável, parasita. Hoje em dia, o sujeito da "pá
virada" tem outro sentido. Ele é O "bom". O significado das expressões
mudam muito no Brasil, com o passar do tempo. E aqui está um exemplo.
COLOCAR NO PREGO - A origem dessa expressão vem do fato de que nas
antigas casas comerciais – tabernas, empórios, farmácias – existia um
prego onde o comerciante espetava as contas de quem pedia para pagar
depois. Quando o freguês retornava para quitar a dívida, o dono tirava
os papéis do prego, somava os valores e cobrava. Colocar no prego é
colocar no pendura, comprar fiado, pagar depois. Ainda hoje alguns
comerciantes, que não gostam disso, exibem um cartaz bem visível que
avisa: “Fiado só amanhã”.
CONTO DO VIGÁRIO - Duas igrejas de
Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada
santa, e, para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os
vigários apelaram à decisão de um burrico. Colocaram-no entre as duas
paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até uma delas. A escolhida
pelo quadrúpede ficaria com a santa. E o burrico caminhou direto para
uma delas... Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia
treinado o burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de
falcatrua e malandragem.
DA COR DE BURRO QUANDO FOGE – O ditado
original era “corra de burro quando (ele) foge”, que era um aviso de
perigo próximo e iminente.
DAR COM OS BURROS N`ÁGUA - A
expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que
escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à
Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros,
devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito
difíceis e regiões alagadas, onde alguns dos burros morriam afogados.
Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que
faz um grande esforço para conseguir algum feito e não consegue ter
sucesso naquilo.
DE CABO A RABO - Significado: Total
conhecedor. Conhecer algo do começo ao fim. Histórico: Durante o período
das grandes navegações portuguesas, era comum se dizer total conhecedor
de algo, quando se conhecia este algo de "cabo a rabah", ou seja, como
de fato conhecer todo o continente africano, da Cidade do Cabo ao Sul,
até a cidade de Rabah no Marrocos (rota de circulação total da África
com destino às Índias).
DE MEIA-TIGELA - Na linguagem popular, é
coisa de pouco valor. A origem da expressão nos leva aos tempos da
monarquia portuguesa. Nela, as pessoas que prestavam serviço à Corte –
camareiros, pajens, criados em geral – obedeciam a uma hierarquia, com
obrigações maiores ou menores, dependendo do posto de cada um.
Alimentavam-se no próprio local de trabalho e recebiam quantidade de
comida proporcional à importância do serviço prestado. Assim, alguns
comiam em tigela inteira, outros em meia-tigela, critério definido pelo
Livro da Cozinha del Rey e rigorosamente observado pelo funcionário do
palácio, que supervisionava as iguarias que chegavam à mesa real – na
verdade, o grande fiscal da comilança palaciana. Hoje, essa prática
deixou de existir, mas ficou o sentido figurado da expressão, que
continua designando coisas ou pessoas irrelevantes no seu meio social.
DEIXAR AS BARBAS DE MOLHO - Na antiguidade e na Idade Média, a barba
significava honra e poder. Ter a barba cortada por alguém representava
uma grande humilhação. Essa idéia chegou aos dias de hoje nessa
expressão, que significa ficar de sobreaviso, acautelar-se, prevenir-se.
NAVEGAR É PRECISO . . . VIVER NÃO É PRECISO – Muitas pessoas atribuem a
frase ao poeta português Fernando Pessoa, que apenas a citou. Na
verdade, seu berço é romano. O historiador Plutarco atribuiu esta frase
ao general romano Pompeu. Naquela época havia fome em Roma e Pompeu foi
encarregado para abastecer a cidade de gêneros alimentícios. Para isso
organizou uma frota que foi à África, à Sicília e à Sardenha. No dia do
regresso, com os navios carregados de trigo e outros grãos para
alimentar a população, começou uma fortíssima tempestade. Os
marinheiros, temerosos, quiseram adiar a viagem de retorno. Foi quando
Pompeu, sabendo das dificuldades que passavam seus compatriotas, reuniu a
marujada apavorada e fez uma histórica apelação, na qual teria dito a
famosa expressão. Isso persuadiu a tripulação e a frota levantou âncora.
A expressão até hoje é citada em momentos de graves decisões e serve de
vigoroso estímulo a medrosos e indecisos.
NÃO É FLOR QUE SE
CHEIRE – Por incrível que pareça, há uma flor repulsiva ao olfato. É a
flor-cadáver, que apesar de linda, fede. Originária das florestas
tropicais da Sumatra, é a flor mais malcheirosa do mundo. Antes de
desabrochar, praticamente não tem cheiro, mas quando floresce libera um
odor fétido, parecido com um cadáver exposto depois de vários dias. E
assim, essa expressão popular lembra a pessoa pouco recomendável, que
não merece confiança e, portanto, deve ser evitada.
NÃO
ENTENDER PATAVINAS - Os portugueses tinham enorme dificuldade em
entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de
Pádua, ou Padova. Daí que não entender patavina significa não entender
nada.
NECA DE PITIBIRIBAS - O termo neca equivale a nada e vem
do latim nec, que significa não. De acordo com o dicionário Houaiss, o
termo pitibiriba (ou pitibiribas) é tipicamente brasileiro. Ele quer
dizer nada ou coisa alguma. Então foi só juntar os dois termos, apenas
para reforçar.
NOVINHO EM FOLHA - De acordo com Flávio
Vespasiano Di Giorgi, professor de Lingüística da PUC, a expressão
“novinho em folha” surgiu em alusão a livros recém-impressos, que
estariam com as folhas limpinhas, sem dobras, riscos ou diferenças na
coloração. Eram livros, portanto, “novinhos em folha”.
O QUE É
DO HOMEM, O BICHO NÃO COME - A frase quer dizer que as características
intrínsecas às pessoas não podem ser modificadas por fatores externos. O
“bicho” representa a sociedade, as leis, regras ou até outras pessoas.
Segundo o dito popular, não adianta nenhum destes “bichos” lutarem
contra os sentimentos e características arraigados em alguém.
O
PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER – Diz-se da pessoa que não quer ver
o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade. Parece que a
expressão surgiu em 1647, em Nimes, na França, na universidade local.
Naquela época, o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro
transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da
medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar
ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imagina
era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso
foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e
entrou para a história como o cego que não quis ver.
OLHOS DE
LINCE - Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses
bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince
podia ver através das paredes.
ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS -
Significado: Lugar longe, distante, inacessível. Histórico: Depois de
trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa,
vindo a se suicidar enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou
sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os
soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente,
estaria o dinheiro. A história é omissa daí pra frente. Não sabemos se
acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão vem atravessando
vinte séculos. Há também muitas expressões com o mesmo significado e o
mesmo “personagem”, como “no calcanhar do Judas”, “cafundó do Judas,
etc.
OVO DE COLOMBO - Expressão muito conhecida. É aquilo que
parece não ser possível fazer, mas se revela muito simples e fácil,
depois de feito. Seu berço está no nome de Cristóvão Colombo, o
descobridor da América. A historinha, que nem todos conhecem, é a
seguinte: de volta à Espanha como herói por haver descoberto o Novo
Mundo, foi homenageado pelo cardeal Pedro Gonzalo de Mendonza com um
lauto jantar. Nele, um fidalgo, ciumento e despeitado, menosprezou o
feito de Colombo, garantindo que qualquer um poderia ter feito a
descoberta, pois já era sabido que existiam terras a oeste. A essa
crítica, Colombo evidentemente não poderia dar resposta imediata. Optou
então por uma brincadeira cheia de significação: tomou um ovo, convidou
todos os presentes a pô-lo de pé. Cada um tentou, mas em vão. Aí,
Colombo quebrou a casca de uma extremidade do ovo e, pondo-o de pé,
demonstrou com simplicidade como era fácil descobrir o caminho do Novo
Mundo – depois que alguém já o tivesse feito. . .
PASSAR A MÃO
NA (OU PELA) CABEÇA – A expressão parece ter seu berço no costume
judaico de abençoar seus filhos ou netos convertidos ao cristianismo
(cristãos-novos), passando-lhes a mão pela cabeça e descendo pela face,
enquanto se pronuncia uma bênção. É uma convicção de que essa atitude
atrai a aprovação de Deus. Atualmente significa perdoar ou acobertar
erro ou até crime praticado por um protegido.
PEGAR NO BICO DA
CHALEIRA – Expressão ainda usada no Brasil. Significa bajular, incensar,
gabar servilmente. Seu berço foi no Rio de Janeiro, então capital
federal, a partir da poderosa figura do general José Gomes Pinheiro
Machado, senador pelo Rio Grande do Sul, presidente do Partido
Republicano Conservador, homem forte do Legislativo brasileiro e por 20
anos, entre 1895 e 1915, eminência parda de muitos governos. Ele, como
todo bom gaúcho, mantinha na sala de sua casa uma pequena chaleira com
água quente para alimentar sua bomba do chimarrão. Choviam-lhe políticos
para obter sua bênção e favores. Todos disputavam o privilégio de
segurar a chaleira para o chimarrão que o caudilho tomava, poupando ao
senador o trabalho de preparar ou servir sua bebida preferida. Na ânsia
de serem os primeiros, seguravam a chaleira por onde melhor calhasse:
pelo cabo, pelo bojo e até pelo bico - neste caso, queimando os dedos.
Mas que importava? Valia uma dorzinha besta para conseguir vantagens. O
hábito acabou gerando o verbo chaleirar, praticado pelo chaleirador, o
adulador, puxa-saco, etc.
PEGAR NO BREU – Vem dos tempos em que
era comum soltar muitos balões nas festas juninas. A tocha deles era
feita de sacos de estopa molhados com parafina de velas derretidas. No
centro dessa mecha havia breu, substância escura e inflamável, muito
utilizada também na produção de colas, tintas e vernizes. Quando o fogo
atingia o centro da mecha, o balão tomava força e subia rapidamente.
Dizia-se então que o balão havia pegado no breu (pegado impulso).
Atualmente, a expressão designa situação que não pode inverter o rumo
nem retornar à etapa anterior.
PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA - A
história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente
das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus
como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande
apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer,
ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns
meses o garoto morreu.
PERDER (OU GASTAR) O LATIM – O latim
ainda é a língua oficial do Vaticano. Até o século 18, era o idioma da
comunicação dos mais letrados. A expressão é comumente utilizada para
designar o trabalho improdutivo, a realização de um esforço vão ou um
discurso ou apresentação de uma idéia onde ninguém presta atenção ou
acredita.
Extraído de: https://www.facebook.com/pages/Eu-amo-Ler/389742681051228
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