No dia 13 de junho se homenageia o grande poeta Fernando Pessoa, o dia em que ele nasceu, em 1888. Sua maior faceta diz respeito ao fenômeno da heteronímia.
Antes de tudo é preciso não confundir pseudônimo com heterônimo. O pseudônimo é um nome falso, sob o qual alguém se oculta por uma circunstância qualquer; o hetrônimo vai além: é um outro nome uma outra personalidade, uma outra individualidade, diferente, portanto do criador.
Os vários poetas que Fernando Pessoa criou têm seus caracteres físicos, traços de personalidade, formação cultural, profissão, ideologia. Assim é que "nasceram" Alberto Caieiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Esses são considerados heterônimos perfeitos mas há vários outros semi-heterônimos.
Leia o que ele diz sobre suas criações:
"Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente. Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado numa outra pessoa, que possa sonhá-lo, e eu não.
Para criar, destruí-me; tanto me exteriorizei dentro de mim, que dentro de mim não existo senão exteriormente. Sou a cena viva onde passam vários atores representando várias peças.
(Do "Livro do desassossego")
Nesse pequeno poema Ricardo Reis, de forma suave e melodiosa, nos diz que é fundamental viver plenamente tudo que se faz.
Para se grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou esclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
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