segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Como vencer a pobreza e a desigualddade

REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES
Imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para Professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.

Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ

'PÁTRIA MADRASTA VIL'


   Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. .. Exagero de escassez.... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
   Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
   O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
   Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
   E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro       Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade.. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
   É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
   A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
   Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
   Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
   Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
   Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?

Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Debate com Rubem Alves

Professor Rubem Alves, por que a escola mata o grande sonho das crianças, o sonho de aprender?”

Rubem Alves – Para responder essa pergunta, eu vou contar uma história para vocês. Uns psicólogos resolveram fazer uma experiência com macacos. Puseram cinco macacos dentro de uma jaula, dentro da jaula uma mesa, em cima da mesa um cacho de bananas. Os macacos entraram lá, viram as bananas, viram a mesa e, inteligentes que são, disseram: vamos subir na mesa para comer banana. Na hora em que o macaco subiu na mesa, os psicólogos estavam preparados com uma mangueira de água gelada e deram um banho nos macacos, que não apanharam a banana. Passado um tempo, resolvem: vamos comer banana. Outro macaco subiu em cima da mesa e os psicólogos deram outro banho gelado no macaco. Eles não entenderam o que estava acontecendo. Mas, depois do quarto banho, perceberam que havia uma lógica: quando subiam em cima da mesa, vinha banho. Como não queriam tomar banho, estabeleceram, lá entre eles, o seguinte: quem tentasse subir na mesa apanhava. Então, toda vez que um macaco tentava subir na mesa, ele apanhava. As psicólogas tiraram um macaco que sabia do banho e puseram um macaco fresquinho, que nada sabia sobre o banho. Ele chegou lá, viu a banana e falou: eu vou comer banana. Na hora que ele tentou subir na mesa, os outros quatro o agarraram e deram uma surra nele. Ele não entendeu nada: achou que era um trote. Passado algum tempo, ele pensou: vou comer banana. Na hora que ele subiu na mesa, apanhou de novo. Na terceira vez que isso aconteceu, ele compreendeu: nesta jaula, macaco que tenta subir na mesa, apanha. Aí tiraram mais um macaco e puseram outro macaco fresquinho. Aconteceu exatamente a mesma coisa: quando ele tentou subir na mesa, não só os três, que já sabiam do banho, mas também o outro, que nada sabia do banho, se juntaram e deram uma sova no macaco. Aí eles foram tirando os macacos até que ficaram lá só macacos que nada sabiam do banho. Mas eles continuavam a bater nos macacos que subiam na mesa. As psicólogas brincam, dizendo: se perguntassem aos macacos por que agiam assim, eles responderiam que é porque, nesta jaula, sempre foi assim: quem sobe na mesa, apanha. Por que as escolas são do jeito que são? A resposta é: porque elas sempre foram assim. Ou seja: nós nos acostumamos desse jeito e não esquecemos. É preciso desaprender um jeito de ser escola. É preciso desaprender. Infelizmente, eu não tenho tempo para contar a vocês uma experiência que eu tive em Portugal. Lá , eu descobri uma escola inteligente, chamada Escola da Ponte. Escrevi um livrinho sobre isso, que foi publicado em Portugal, teve mensagem até do presidente da República de Portugal. Ele se chama: Escola com que eu sempre sonhei sem saber que pudesse existir. É uma escola totalmente democrática, em que as crianças tomam decisões em pé de igualdade com o diretor e com os professores. Elas aprendem de um jeito maravilhoso: não tem aula, não tem professor dando aula, o professor jamais pede silêncio. Professor não tem nada a ver com disciplina, são elas mesmas que exercem a disciplina. Então, há maneiras diferentes de ser escola, há maneiras diferentes de aprender. Eu diria o seguinte: as escolas são do jeito que são porque nós ficamos prisioneiros dos hábitos e não temos liberdade de imaginação para pensar as escolas de maneira diferente. Olha gente, está tudo na cabeça. Não se melhora a educação dando mais verba para a educação. Dinheiro é muito perigoso. Quem tem dinheiro e tem idéia ruim, só faz coisa ruim com o dinheiro. É preciso imaginação: o segredo da reforma da escola não está em lei de diretrizes, está na cabeça dos professores. Uma pessoa me pergunta: o que fazer para mudar a cabeça dos professores? Eu acho que uma das coisas são encontros como este, para mudar a cabeça dos professores. Escrevendo, eu tento mudar a cabeça dos professores. Eu acho que a única maneira de mudar a cabeça das pessoas é através da conversa e através da leitura. Essas são as únicas formas de mudar a cabeça.



quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SALVADOR: PARA APRENDER E SE DIVERTIR

Divisão Física

Salvador se divide entre Cidade Baixa e Cidade Alta

Cidade Alta: está Pituba/Itaigara/Iguatemi: é o que importa. A única parte civilizada da cidade é o resultado de um prefeito que construiu uma avenida e ficou com preguiça de fazer o resto.

Centro Histórico: Consiste em Barra, Ondina, Pelourinho e adjacências. É habitado somente uma vez por ano, no carnaval. Durante o resto do ano, somente turistas têm a disposição de subir as ladeiras do Pelourinho para ver o Elevador Lacerda ligar o nada com lugar nenhum.

Norte: A cidade é limitada ao Norte pelo time do Bahia, bem pertinho do Bompreço. Mais ao Norte, é onde ficam as praias. Oficialmente começa em Jaguaribe (uma praia) e termina em Vilas do Atlântico (outra praia),passando por Itapoã (Outra praia que ninguém sabe como se escreve,Itapoan, Itapuã ou Itapoã). Seu acesso se dá pela Avenida Orlando Bloom, que tem a maior média de assalto do país: 2 assaltos por pessoa, por minuto.

Brotas: é a Brooklin soteropolitano. Um núcleo de resistência independente. Tem dialeto, moeda e governo próprio. Precisa de passaporte pra cruzar a fronteira.

Cajazeiras: Não confundir com 'cachaceiras'. Começa em Cajazeiras 1 e vai até Cajazeiras 15785. Também tem vida própria e até hoje ninguém descobriu como chegar até lá.

Ribeira: Tem sorvete na sorveteria da Ribeira, indicada pelo Guia Veja em mil novecentos e bolinha.

Liberdade: é um dos bairros mais importantes de Salvador, por conter passagens secretas que desafiam as leis da física e confirmam a teoria da quarta dimensão.

Feira do Rolo: local onde você compra o que quiser e quando quiser. É um supermercado, que sempre tem o que você procura. Lá existem coisas como fósseis depterodáctilos, órgãos para transplantes, animais em extinção (qualquer um, de tigres dentes de sabre a mutantes), armas que nem a polícia tem e objetos que foram roubados da sua casa(é dolado da delegacia de furtos e roubos).O incrivél é que todo mundo sabe onde é até mesmo os policias, que também fazem suas comprinhas....

Divisão Química: Salvador é composta por átomos de Hidrogênio, Axé e Dendê.

História

Idade Antiga: Melhor perguntar a Dona Canô.

Idade Média: em seus Feudos , os caciques Tupinambás exploravam os camponeses num regime conhecido como vassalagem. Foi a época dos grandes torneios de miserês, pivetes, piriguetes e tingalagatingas.

Idade Contemporânea:

1798 - Nasce ACM

1815 - É inventado o Trio Elétrico e o carnaval é descoberto

1830 - ACM vira imperador da Bahia(...)

1990 - Ivete Sangalo lança 1º CD.

1991 - Ivete Sangalo lança 2º CD.

1992 - Ivete Sangalo lança 3º CD.

1993 - Ivete Sangalo lança 4º CD.(...)

1996 - Começam as obras do metrô de Salvador, projeto para 2004. Surge em Salvador a primeira música que não é Axé, o Arrocha.

2005 - O arrocha é esquecido.

Previsões: 2090

2090 -Ivete Sangalo lança 80º CD. O metrô é inaugurado.

2093 - Morre em Salvador Ivete Sangalo..

3091 - Morre em Salvador ACM Neto.

3099 - ACM ressuscita

3666 - ACM assume ser o anti cristo: Anti Cristo Miserável.

Clima, Vegetação e Hidrografia
Em Salvador, faz calor.
Há apenas duas estações: o verão e a de ônibus (da lapa, pirajá, mussurunga).
A vegetação da cidade consiste em coqueiros.
O principal rio chama-se Cocô Beach, e fica no bairro do Costa Azul.
Depois do fracasso do Bahiazul, estuda-se a possibilidade de mudar o nome do bairro para Costa Marrom, ou Costa Negra.

Cultura

Não se pode esquecer que Salvador sedia a maior manifestação cultural popular do mundo: o Carnaval. É nessa época que o soteropolitano gasta a energia do ano todo, correndo atrás do trio, correndo atrás de mulher ou correndo da polícia.

O carnaval é tão importante para o baiano que,para não ter que esperar um ano inteiro, já se inventou uma série de festas como Festival de Verão, BonfimLight, Babado Elétrico, Trivela, Ensaio Geral, Sauípe Folia, Piu-Piu, Sfrega, Bosque, 2 de julho, Lavagem do bonfim, Lavagem de Ondina, Lavagem do Beco e muitas outras lavagens.

Língua

EmSalvador é falado o Baianês, que conta com seu próprio alfabeto:

A Bê Cê Dê É Fê Guê Agá I Ji Lê Mê Nê Ó Pê Quê Rê Si Tê U Vê Xis Zê.

Ao contrário do que muitos pensam, o Baianês não é falado lentamente, mas sim cantado. Não existe também o gerúndio: o 'd' é excluído no 'ndo', oque resulta em 'falano', 'correno', ao invés de falando e correndo. Aletra G (fala-se Guê), também não é usada na maioria das frases, quanto tem som de J (Ji), dando lugar ao R (Rê). Simplificando: A gente -fala-se 'Arrente.' Mas, em alguns casos, também a letra S (Si) pode ter o som de R (Rê), de forma que a frase 'As camisas das mulheres' vira 'Ar camisa dar mulé.'

Algumas frases cotidianas

Colé, meu brodi! = Olá, amigo!
'E aí, pai?' = Olá, amigo!
'Diga aê, seu xibungo!' = Olá, amigo!
'Colé, miserê!!' = Olá, amigo!
'E aí, pivete!!= Olá, amigo!
'E aí, viado!!= Olá, amigo!
'Diga aê, negão!' = Olá, amigo!
'Ô, véi!' = Ô, amigo!
'Colé de mermo?' = 'Oxe!'
Todo baiano usa essa expressão para tudo, mas um forasteiro nunca acerta quando usa. 'Lá ele!'
Eu não, sai fora! (Ou qualquer outra situação da qual a pessoa queira se livrar.)

Transportes

Os soteropolitanos contam com um sistema de transporte público extremamente pontual que nunca se atrasa para o dia seguinte. O metrô,por exemplo, até agora nunca teve nenhum caso de atraso, a não ser os 10 anos de obra, ainda não concluídos. Salvador também tem o único metrô que passa por cima da cidade ao invés de por baixo (alguns dizem que a Disney está querendo comprá-lo, pois é a maior montanha russa do mundo.)

Moda em Salvador

É a única cidade em que o Reveillon está sempre na moda. Todo mundo veste branco o ano inteiro, a não ser no carnaval, quando a única vestimenta usada é o abadá. Lojas de moda não lucram em Salvador, pois os ingressos das festas já vêm com a camisa.

Economia

Só se sabe que o baiano nunca tem dinheiro para nada...Mas sempre sobra pra bebidas e pro Chicletão.'

***

Não repassem além dos limites da 'província'!!!
Sabe comé... Roupa suja se lava em casa, né mermo meu brodi?


E viva a criatividade. Pena que desconheço a autoria do texto